eu fui uma espécie modesta de criança prodígio: aprendi a ler e escrever muito cedo, escrevi meus primeiros dois livrinhos infantis aos 5 anos (eles até viraram objeto de TCC, olha que chique!) e amava ler tudo o que eu via pela frente.
diferente do estereótipo, porém, eu também amava dançar, praticar esportes e conversar. hoje me pergunto se eu realmente adorava fazer toooodas as coisas que eu fazia (eram muitas mesmo) ou se eu fazia porque os adultos achavam aquilo o máximo.
de qualquer forma, vivi uma infância muito bem aproveitada. meu maior privilégio? ter família. incluindo pais, tios, avós e primos, sempre tive chance de explorar minha curiosidade.
de todos aqueles interesses e atividades, a escrita foi realmente a única que eu nunca consegui esquecer. talvez pela validação que ela me proporcionava. prefiro acreditar que é porque nasci pra isso.
eu sou escritora, o que você esperava? que eu não fosse romantizar um pouquinho as coisas? hehe.
passei anos colocando a escrita em segundo, terceiro, quarto… décimo plano – é a vida adulta, você sabe. até que eu decidi começar mesmo sem ter talento.
e aí comecei a fazer HQs* sobre o Luz, meu gatinho espírito (você pode ler o post que linkei acima pra se atualizar).
*honestamente ainda não sei se devo chamar de tirinha ou HQ.
eis aqui minha segunda HQ:
#002
acho que ela é autoexplicativa, né?
mas pra quem quiser saber, o que me inspirou a produzir essa foi uma ligação com a minha mãe. ela me dizia que não lidava bem com surpresas; justamente por isso, assiste sempre a mesma série e lê sempre os mesmos livros (ela AMA Outlander).
parei pra pensar e parece que eu herdei essa característica dela. só que eu amo Friends, The Office, Young Sheldon e Modern Family.
também fiz alguns pôsteres (to forçando a amizade chamando de pôster) pra treinar um pouco.
esse aqui, não vou mentir, eu fiz o desenho e depois pensei… que que eu vou escrever aqui? e no fim acho que ficou fofo.
já esse é cheio de perguntas honestas – que eu me faço com muita frequência. nem sempre tenho certeza da resposta.
ei, peraí
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todo mês, um postzinho secreto pra você se organizar melhor, lidar de forma mais calma com suas emoções, ou rir da minha cara com alguma crônica da vida real.
mais uma tirinha pra conta:
#003
até o momento, essa aqui é minha preferida. a persistência foi uma lição muito reforçada ao longo de toda a minha vida.
lembro da sensação de correr meus primeiros 2km aos 14 anos, depois os primeiros 5 aos 15; 12km aos 16; vencer minha primeira competição de atletismo nos 200m rasos; me formar no colégio militar (os traumas eu deixo pra outro texto); conseguir curar um transtorno alimentar que durou mais de 11 anos…
valeu a pena persistir pra além das frustrações e das limitações que meu corpo, mente e ambiente me impuseram. e se tem um conselho que eu posso te dar, é este: aprenda a identificar onde vale a pena persistir, e persista.
bibizinha de 9 anos
a bibi de 9 anos estava na terceira série do fundamental, ela tinha grandes esperanças pro futuro, mas sentia também uma dose um tanto grande de realidade pro seu tamanho.
ela se preocupava com o aquecimento global e portanto não sonhava em ter filhos; queria escrever pra informar ou ajudar as pessoas; queria namorar o Gustavo no futuro (colega de aula e sua paixãozinha desde o Jardim A); queria viajar o mundo.
eu continuo a mesma, exceto pelo Gustavo: o Hiago (meu namorado) foi um daqueles acontecimentos da vida que surpreende, sabe? ele apareceu, muito melhor que qualquer das minhas expectativas, e ficou.
as preocupações seguem basicamente as mesmas, mas agora tenho um pouco mais de habilidade pra administrar meus pensamentos e emoções; a escrita continua acontecendo; o desejo de viajar o mundo também.
no geral, acho que ela iria gostar do que eu sou hoje. talvez uma quebra de expectativa ali, outra aqui, mas a gente aprendeu a lidar com isso.
por hoje, é isso.
um abração enorme,
bibiana.
ela teria muito orgulho de você , bibi🤍
Amei ler o texto. Para mim, muito emocionante e nostálgico. Queria tanto viver algumas coisas novamente. Beijão, te amo.